A autonomia dos carros elétricos é uma das principais preocupações de quem pretende comprar um automóvel com este tipo de tecnologia.
Apesar do rápido desenvolvimento dos postos públicos de carregamento dos veículos elétricos, estes ainda não estão tão massificados quanto os carros a combustão. Para além deste fator, o tempo de carregamento também ainda é um pouco longo quando não são utilizados postos de carregamento rápido.
Estes dois fatores, associados a uma autonomia geralmente inferior à de um veículo a combustão, podem ser decisivos na tomada de decisão de aquisição de um veículo elétrico.
Se a autonomia é também a sua principal preocupação no que diz respeito a este tipo de veículos, leia este artigo porque, certamente, será surpreendido.
No artigo vamos explicar como a autonomia não deve ser considerada um problema, quais os fatores que influenciam a autonomia, e como é possível otimizá-la.
Autonomia dos carros elétricos: dicas para obter melhores resultados
A autonomia sempre foi considerado o maior problema associado aos veículos elétricos. Contudo, a autonomia máxima destes veículos tem vindo a aumentar.
Os primeiros veículos elétricos a serem comercializados no mercado automóvel tinham uma autonomia de cerca de 200 quilómetros. Atualmente, estes veículos já apresentam uma autonomia maior.
O Hyundai Kauai Electric, por exemplo, apresenta uma autonomia de cerca de 449 quilómetros.
Quando comparados com os veículos a combustão (veículos que podem apresentar uma autonomia média de cerca de 800 quilómetros), os carros elétricos ficam em clara desvantagem.
Mas será a autonomia máxima assim tão relevante? E deverá ser esta autonomia encarada como uma “verdade absoluta”?
Sim, é relevante. No entanto, a autonomia não deve ser encarada como uma verdade absoluta, nós explicamos.
A autonomia máxima é uma estimativa dos quilómetros máximos que um veículo elétrico conseguirá percorrer, com um carregamento total da bateria.
Contudo, é importante ter em atenção que as necessidades dos condutores não são todas iguais.
Um condutor que percorre diariamente cerca de 50, 100 ou até mesmo 200 quilómetros não terá qualquer problema com um veículo com uma autonomia de 449 quilómetros, principalmente se o conseguir carregar facilmente.
Por outro lado, um condutor que percorre cerca de 300 quilómetros por dia e tenha um carro elétrico com autonomia máxima de cerca de 200 quilómetros, já poderá deparar-se com algumas dificuldades. Porém, com relativa facilidade consegue resolver este problema, através dos carregamentos rápidos na rede pública.
Assim, importa referir que a autonomia é importante na programação dos percursos e eventuais paragens para carregamento, mas não deve ser um fator de exclusão dos veículos automóveis na escolha de um carro novo.
6 principais fatores que influenciam a autonomia
Existem vários fatores que podem afetar a autonomia dos carros elétricos.
Estes fatores devem ser acautelados de forma a garantir sempre a autonomia máxima possível. Assim, deve ter em consideração os seguintes fatores:
1. Exposição a temperaturas extremas
Deve evitar expor o automóvel a temperaturas muito elevadas ou muito baixas.
Sempre que possível, o carro deve ser estacionado em locais que protejam o veículo da exposição direta ao sol ou à neve.
2. Carregamento da bateria
É recomendado carregar a bateria apenas até aos 80% de capacidade e evitar que ela se descarregue por completo. Caso o faça, está a contribuir e a acelerar a degradação da bateria.
O ideal será sempre carregar o veículo até aos 80% e carregá-lo mesmo que o veículo ainda tenha bastante bateria (p. ex. 50%).
Para além desta dica, é ainda preferível carregar a bateria nos postos de carregamento normais e evitar realizar muitos carregamentos nos postos de carregamento rápidos.
Estas práticas ajudam também a preservar a vida útil da bateria.
3. Vida útil da bateria
Com o tempo, a bateria vai apresentando algum desgaste. Pelo que se quando o veículo é novo apresenta uma autonomia de, por exemplo, 300 quilómetros, é natural que passados alguns anos a autonomia máxima seja um pouco inferior.
4. Estilo de condução
O estilo de condução afeta a autonomia no sentido em que velocidades elevadas, por exemplo, vão requerer que o veículo utilize uma maior quantidade de energia, acabando por a extinguir mais rapidamente.
As acelerações repentinas também irão contribuir para um gasto energético bastante superior. Neste aspeto, os carros elétricos podem ser equiparados aos carros tradicionais (a combustão).
5. Trajeto a percorrer
Este é outro fator que funciona da mesma forma que nos carros a combustão. A autonomia vai variar de acordo com a exigência que o próprio trajeto impõe ao motor.
Como tal, é natural e expectável que quantidade de energia necessária para fazer mover numa descida seja inferior à quantidade de energia necessária para o fazer subir.
6. A utilização de determinados equipamentos no automóvel
Se utilizar o ar condicionado, o cruise-control, e modos de condução menos ecológicos, estará a contribuir para a diminuição da autonomia do veículo.
Tenha em atenção a forma como conduz e que funcionalidade do automóvel utiliza. Com isto não queremos dizer que, por exemplo, deve andar com o ar condicionado desligado. Neste aspeto, estamos a informar para que saiba, que tal como nos carros a combustão, o ar condicionado e cruise control podem ter influência nos consumos do automóvel.
8 dicas para otimizar a autonomia de um carro elétrico
Existem formas de otimizar a autonomia dos carros elétricos e fazer com que esta seja o mais próxima possível do anunciado pelos fabricantes.
Para tal, devem ser consideradas as seguintes dicas:
1. Utilizar o modo económico
Vários veículos elétricos possuem diferentes modos de condução, sendo um deles o modo económico. Esta é a regra mais básica e simples para poupar a autonomia do carro.
Assim, para preservar e até maximizar a autonomia, este deve ser o modo preferencial, mesmo que limite a utilização de outras características do automóvel, como por exemplo, o poder de aceleração.
2. Evitar utilizar o cruise control
O cruise control é um sistema de apoio à condução bastante cómodo. Contudo, este sistema, mesmo que o adaptativo, não consegue identificar, atempadamente, vários fatores, tais como as características da estrada ou o comportamento dos restantes condutores ou peões.
Se quiser preservar a autonomia do automóvel, o ideal será não utilizar este sistema com frequência. Tire proveito das características da estrada e do estado do trânsito para evitar despender autonomia e até quem sabe, regenerar alguma energia.
3. Ter em atenção a velocidade
Quanto maior a velocidade, maior será o consumo de energia, e isso afetará a autonomia. Assim, o ideal será circular a velocidades não muito elevadas, tendo sempre em consideração os limites máximos e mínimos de velocidade.
4. Evitar travagens repentinas e abruptas
Deverá evitar, sempre que possível, efetuar travagens repentinas e abruptas, dando preferência a travagens mais suaves. Estas, por sua vez, permitem que o sistema de travagem recupere energia e a armazene.
Por outro lado, a realização de travagens bruscas faz com que o veículo tenha que usar o sistema de travagem tradicional, desgastando as pastilhas dos travões e não recuperando qualquer energia.
5. Planear o trajeto a percorrer
Planear o trajeto a percorrer permite antecipar diferentes variáveis e adaptar o estilo de condução de forma a otimizar a autonomia do veículo.
6. Evitar ligar o ar condicionado
A utilização do ar condicionado afeta, tal como nos carros a combustão, a autonomia dos veículos elétricos. Evite utilizar este equipamento por longos períodos de tempo.
Poderá aproveitar para ligar o ar condicionado enquanto o veículo está parado e ligado à corrente elétrica, arrefecendo-o previamente antes da viagem, evitando perder uma grande quantidade de autonomia já durante o trajeto a percorrer.
7. Dar preferência ao aquecimento dos bancos
Nos dias em que o frio se faz sentir, se tiver o seu automóvel com bancos aquecidos, saiba que esta funcionalidade consome menos energia que o ar condicionado, pelo que deve ser o equipamento preferencial.
8. Verificar o estado geral do automóvel
Verificar se o automóvel se encontra com as condições necessárias para circular em segurança é essencial.
Ao fazer isso pode também estar a contribuir para preservar a autonomia do automóvel.
Verificar a pressão dos pneus, por exemplo, e garantir que esta é a correta ajuda a preservar a autonomia dos carros elétricos.